Há uns anos atrás tive um blog. Às tantas, num acesso de maus bofes deletei o bicho, com tudo dentro. É pena. Escrevi nele um texto que acabou se revelando exato. Falava do Luís Inácio da Silva, vulgo Lula e vulgarmente ex-presidente deste ambiente a que chamamos Brasil.
Lá eu dizia que o Brasil estava sofrendo de uma séria doença, naquele momento em fase aguda mas com forte tendência de vir a se tornar crônica. O nome da doença era Lulopetismo, e a única esperança de cura era a extirpação do agente provocador de toda a vida pública e privada brasileira. Caso contrário assistiríamos a uma escalada de inversão de valores da qual dificilmente iríamos nos recuperar.
Escrevi, naquela época, que já era visível a forma como estávamos nos tornando insensíveis a coisas que deveriam nos horrorizar e indignar. Naquela ocasião ainda estava meio imersa nos vapores da ilusão de que os brasileiros eram melhores que o lulopetismo.
Ah, bem, tirando as poucas exceções à regra, não parecemos ser. O fato de Luís Inácio ter sido reeleito, ter eleito a DilmAnta e o prefeito de São Paulo, de lá para cá, indica isso.
Prova-o a inércia de lesmas anestesiadas diante de tanta calhordice pipocando todo dia.
Prova-o o fato de adolescentes pensarem que têm o direito de invadir, aos magotes, um ambiente fechado, para fazer correrias e gritaria.
Prova-o vagabundos que se sentem autorizados a avançar sobre policiais caídos, a atacá-los em grupo, quando os policiais estão cumprindo o elementar dever de manter a segurança.
Prova-o vagabundos marginais que se organizam para fazer terrorismo e atentar contra a vida alheia, como aconteceu com o cinegrafista que foi atingido por um rojão, sofrendo traumatismo craniano grave.
Prova-o pessoas que pensam poder fazer justiça por conta própria valendo-se para isso de métodos que a humanidade deveria ter deixado para trás há séculos.
Prova-o a disposição aparente do povo brasileiro em eleger novamente essa mulher incompetente, despreparada, arrogante, títere daquele que nos despreza, povo brasileiro, por termos permitido que ele esfregasse sua sujeira moral em nossa cara.
Já não sei se podemos ter esperança de cura.
Esse texto foi escrito ao som de Lux Aeterna, Requiem for a Dream, Clint Mansell. Por que lamento ver que não percebemos que a decadência nos aguarda sem sequer termos tido um momento da glória que faz uma nação permanecer na memória da História.
Shirley
ResponderExcluirNosso país está apodrecendo como um saco de batatas, é preciso haver muita mudança, a começar com nossas leis que dão brechas a qualquer pessoa se esquivar.
Fico triste e revoltada com tanta "calhordice" como você escreveu.
Abs
Ana
ExcluirObrigada pela visita, seja bem vinda. É muito triste, mas nosso país está mesmo apodrecendo. O pior é que será uma podridão permanente, a menos que todos nós, ou a maioria, resolva abandonar esse estado letárgico em que vivemos. Não pela violência, pela responsabilidade de fiscalizar e cobrar resultados de nossos políticos.
Eta mas que to feliz em ter encontrado seu blogue! Até que enfim!
ResponderExcluirShirley, o que vivemos é um período de uma embriaguez social e ideológica, estúpida e radical. O discurso político desta esquerda recalcada que tomou o poder no país, do nós contra eles, o revanchismo e o extremismo que eles apregoam, abriram espaço para outros, não menos oportunistas e medíocres. Eis que o que mais me assombra: a nossa mediocridade, somos um povo néscio, que ironicamente, de um lado, está nas mãos de uma esquerda rusguenta e incompetente, e de outro, nas mãos de fundamentalistas cristãos, ultra-direitistas e intolerantes.
O mais apavorante é que ambos atentam, sempre que possível, contra as bases da nossa democracia.
Um abraço!
Warlei, que bom ter você aqui! Seja bem vindo!
ResponderExcluirConcordo totalmente com você: somos medíocres, néscios, acomodados. Sabe, eu penso que nosso maior problema deriva dessas nossas "qualidades". Por sermos assim, estamos sempre esperando um "messias", e eles não se furtam às nossas esperanças, os há por aí de monte, só esperando o turno. Enquanto formos assim, não vejo esperança de que algo mude para melhor.
Um abraço!
Como governar uma multidão?
ResponderExcluirMaria Gonçalves
ResponderExcluirEu diria que isto é possível se os indivíduos na multidão primeiro se conscientizarem de que não são gado para simplesmente serem levados e que não há messias e milagres para resolver os problemas.