Um hábito arraigado que
tenho é levar comigo, para qualquer lugar que vá, um livro. Leio em todos os
lugares e momentos possíveis: filas de banco, salas de espera, se for preciso
ir a pé a algum lugar e a distância é um tanto quanto longa, em pontos de ônibus...
E foi no ponto em que espero
o ônibus para ir para o trabalho que travei uma conversa bem interessante e que
me fez pensativa sobre uma das características deletérias desse nosso povo
brasileiro.
Lá estou eu, entretida com
meu livro. Chega uma moça que usa o mesmo ônibus e sem mais aquela me diz:
Vi você outro dia quando estava no ônibus. Até te apontei pra minha colega e a gente caiu na risada por que ela disse que você ia acabar dando uma boa topada e batendo a cara numa árvore! Daí eu falei pra ela que você está sempre com a cara enfiada num livro. O que é que você tanto lê?
Inspirada por meu espírito
de porco que sempre fica mais saliente quando sou abordada por completos
estranhos agindo com a intimidade de velhos conhecidos considerei seriamente
mostrar a peça que tinha em mãos e soletrar a palavra livro. Ué? Não era óbvio?
Como meu espírito de porco
já foi meio domesticado – confesso, custou-me bom esforço domesticá-lo
– eu mais ou menos sorri e respondi que era um romance.
Ela se entusiasmou e quis
saber se a história “era bonita” e eu respondi que não era esse tipo de
história; como ela insistisse tentei explicar, mas como se explica A Revolta de Atlas (Ayn Rand) para quem gosta de “histórias bonitas”?
Muito indignada ela ficou,
ainda mais quando me perguntou se faltava muito para terminar e eu respondi que
sim, aquele ainda era o volume dois, há um terceiro.
Três? Três tijolos desses e nem é legal? Que graça você vê nisso? Pra quê você lê isso?
Não a satisfez a resposta de
que leio porque gosto. Ela perdeu o interesse por mim e meu livro (ufa!), mas
eu ganhei material para pensar no trajeto e até pelo resto do dia.
Primeiro investiguei a minha
pessoa. Eu fora preconceituosa? Estava sendo ainda? Afinal, ninguém tem
obrigação de ler as mesmas coisas que eu e gostar de histórias bonitas não é
errado, eu também gosto. Ainda esses dias vi um filme de história bonita – Um Sonho
Possível – e verti as lágrimas de praxe.
Acabei por concluir que sou
sim um tanto preconceituosa, mas há atenuantes.
Minhas primeiras leituras
foram gibis. Os inevitáveis Turma da Mônica e Disneys a princípio, mas logo tive
minha atenção voltada para outros tipos de gibis, quando minha família veio
para a cidade em que moro até hoje e fomos morar num sítio cujos vizinhos, um
bando de rapazes, liam coisas como Tex, Zagor, Ken Parker, Homem Aranha, X-Men.
Eles às vezes nos davam o que não queriam mais ler, outras vezes nós – eu e
meus irmãos – juntávamos o pouco que dava e caminhávamos uns bons quilômetros até
a feira da cidade para comprar e trocar, na base do dois por um, os gibis que necessitávamos.
Algumas vezes eu ganhava gibis na escola por...serviços prestados. Isso é um
eufemismo para fazer a lição de alguns coleguinhas. Mas eu me desculpo dizendo
que trabalho é trabalho e precisa ser pago. Eu era muito cara-de-pau pragmática...
E foi lendo gibis que
comecei a me interessar por outro tipo de material de leitura. Mais precisamente,
com três estórias. Duas em Ken Parker e uma em Tex.
A primeira, Chemako, contava um episódio em que Ken Parker, trabalhando como scout para o exército americano é atacado, juntamente com o destacamento que guiava, por um bando de índios; leva uma pancada na cabeça e perde a memória. Os índios vencem aquela escaramuça e fazem prisioneiros, Ken entre eles. A mulher de um oficial do exército também é feita prisioneira e acaba se envolvendo com o chefe da tribo e engravidando dele. Tanto ela quanto Ken passam a viver como membros da tribo e estão felizes com isso até que o oficial, procurando a esposa, cai sobre a aldeia e dizima quase todo mundo num ataque brutal. A esposa índia de Ken, grávida, e o chefe da a tribo estão entre os mortos. A mulher do oficial volta para a 'civilização' e passa a ser hostilizada por ter tido um filho pele-vermelha. No meio disso tudo Ken leva outra pancada na cabeça, recupera a memória e sofre horrores por ver a brutalidade e carnificina cometidas por seus compatriotas, além da perda da esposa e do filho não nascido, claro. (E olha uma "história bonita' aí...).
A primeira, Chemako, contava um episódio em que Ken Parker, trabalhando como scout para o exército americano é atacado, juntamente com o destacamento que guiava, por um bando de índios; leva uma pancada na cabeça e perde a memória. Os índios vencem aquela escaramuça e fazem prisioneiros, Ken entre eles. A mulher de um oficial do exército também é feita prisioneira e acaba se envolvendo com o chefe da tribo e engravidando dele. Tanto ela quanto Ken passam a viver como membros da tribo e estão felizes com isso até que o oficial, procurando a esposa, cai sobre a aldeia e dizima quase todo mundo num ataque brutal. A esposa índia de Ken, grávida, e o chefe da a tribo estão entre os mortos. A mulher do oficial volta para a 'civilização' e passa a ser hostilizada por ter tido um filho pele-vermelha. No meio disso tudo Ken leva outra pancada na cabeça, recupera a memória e sofre horrores por ver a brutalidade e carnificina cometidas por seus compatriotas, além da perda da esposa e do filho não nascido, claro. (E olha uma "história bonita' aí...).
Essa estória me despertou
para a possibilidade de que a imagem que eu tinha dos índios americanos não fosse exatamente verdadeira, mas mais que isso, me fez pensar que pode haver mais de
um lado numa situação. Procurando mais informações sobre índios americanos acabei
conhecendo o processo de colonização das Américas e descobri que há mais conhecimento disponível
sobre os índios dos EUA do que sobre os do Brasil...
A segunda estória chamava-se Adah e falava da vida de uma escrava americana. Essa me fez ter curiosidade
sobre a escravidão, tanto lá como cá. Assim eu descobri Negras Raízes, de Alex
Haley, aprendi sobre o processo de escravização de africanos, sobre
mercantilismo, a História da Inglaterra, da Holanda, de Portugal, da Espanha...
e também que é possível saber muito mais da escravidão nos EUA do que sobre a
escravidão no Brasil.
A outra estória, essa em Tex, chamada Juramento de Vingança, tratava da vingança que Tex exerceu contra
os culpados pela morte de sua mulher, a navajo Lírio Branco. Ela e muita gente
da tribo morreram devido ao contágio do vírus da varíola, levado á tribo em
cobertores que eram parte do material que o governo americano entregava aos
índios nas reservas, cuja contaminação foi intencional, por parte de uns especuladores de terra, para forçar os navajos levantarem a machadinha de guerra contra o governo americano e assim beneficiar os tais especuladores, com a consequente expulsão dos índios daquela reserva.
Só com esta estória acabei sendo
levada a aprender um monte de coisas, por exemplo, como foi a conquista do
Oeste americano, com suas variantes, causas e consequências. Aprendi
sobre o Sul dos EUA, a cultura do algodão, as causas da Guerra de
Secessão. Ah é. Aprendi também que há muito mais conhecimento disponível sobre
a História dos EUA que sobre a História do Brasil.
Como uma coisa sempre leva a
outra, a cada assunto que esclarecia me via às voltas com mais conexões
históricas e claro que tinha de ir atrás.
Assim meu interesse pela
leitura foi se desenvolvendo e aprimorando. Já li tanto que na biblioteca da
minha cidade praticamente não há mais livros que eu não tenha lido. E como me
diverti ao longo desses anos!
E essa é minha atenuante:
eu me esforço por entender uma pessoa que fica indignada com uma história que ‘não
é legal’ e que tem três volumes. Tento entender pois sei que essa pessoa bem provavelmente não teve contato com a leitura, lá na infância, que é quando a gente pode iniciar um relacionamento com os livros de uma forma tão envolvente que fica para a vida toda.
E fico desolada e desanimada quando penso nos milhões de crianças que não estão lendo e na forma como isso vai se refletir no futuro do nosso Brasil. Em como tem se refletido, aliás. É por sermos um país de iletrados, de incultos, que a escumalha sente-se tão à vontade para tripudiar sobre nossas vidas, dia sim outro também, com suas mentiras e manipulações.
Fico pensando que se as
escolas começassem a ter como parte componente da grade curricular a leitura de
gibis de vários tipos, uma aula só para isso, e que se houvesse um planejamento
para a evolução paulatina, em todas as séries, do tipo de literatura oferecida,
com o cuidado de observar quem tende a se interessar pelo quê, em não muito
tempo teríamos uma nação de leitores.
Livros significam
conhecimento; conhecimento significa pensamento crítico. A partir daí aumentam
as chances de haver pessoas interessadas nas coisas que acontecem em seu país e
em como elas acontecem. Quanto mais leitores, mais pensamento crítico, quanto
mais pensamento crítico, mais cobranças, do tipo fundamentado, não do tipo
arruaça por vinte centavos, bem entendido.
Ah bem. Hoje estou utópica.
E para suavizar o laivo de
desânimo, nada como um excelente álbum, que não tem nada a ver com o assunto em
pauta, mas que é tão bom que serve para qualquer ocasião: Bag of Bones Europe



Shirley,
ResponderExcluirAceitei o seu convite feito no DeusIlusão e lendo este texto achei que estivesse lendo uma biografia minha.
Desde criança sempre fui leitor de gibis, principalmente de super-heróis. Desta forma, recebi bem cedo muitos conceitos que são meio complexos para a maioria das crianças, tais como: ano-luz, densidade, galáxia, etc.
Igualmente, tenho sempre um livro debaixo do sovaco. Minha última leitura foi "A Nascente" (Ayn Rand). Agora estou lendo "O Estrangeiro" (Albert Camus).
Ninguém entende o meu gosto por leitura e isso me deixa frustrado muitas vezes, pois quero compartilhar experiências literárias que para mim foram grandiosas e a maioria das pessoas não sente a mesma empolgação.
Shirley
ResponderExcluirQuem tem o hábito da leitura sempre se sobressai com vantagens, porque adquire conhecimentos profundos sobre a história, vida e pessoas, possuindo argumentos próprios pelo amadurecimento e por tantas captações cognitivas positivas.
Parabéns pelos textos de estilo pessoal, elucidativos, tão bem pensados e elaborados.
Como você mesma disse: “Temos Cérebro. Basta Usá-lo”.
Abç
Ana
ExcluirE não é mesmo? Ler é como penetrar diretamente na mente de outras pessoas e apesar de ser clichê, é viajar sem sair do lugar.
Obrigada e um abraço pra você também!
Idéia boa a sua Shirley, incentivar nas escolas a leitura de gibis que seja!! Turma da monica. Disney etc que eu tenho certeza que as crianças adorariam: mas como disse voce: a forma como passamos a criar nossas crianças, a meu ver de forma totalmente equivocada, a tal ponto os pais e mães acabam parecendo servos dos filhos que crescem para se tornar pessoas sem civilidade nenhuma.
ResponderExcluirE viva a cultura da bundaaaaaa rrrrssss
Adamantdg
ExcluirQue bom você aqui! Além da "cultura da bunda" não devemos esquecer desse verdadeiro patrimônio cultural da humanidade que é funk e bateção de lata...rssr
Volte sempre Adam, gosto muito do seu jeito.
Marcos Kiyoji
ResponderExcluirEu entendo muito bem a sua frustração, por muito tempo foi a minha também. Felizmente meus filhos desenvolveram o mesmo gosto pelos livros e temos conversas muito frutíferas sobre o que lemos, desde coisas como Harry Potter (li todos e gostei...rsrsr), a série do Rick Riordan sobre Percy Jackson, até Machado de Assis (releio sempre, sinto quase reverência pelo estilo dele), Isaac Asimov, Orson Scott Card, Emily Brontë, Jane Austen, últimamente estou "sutilmente" levando-os a se interessar por temas mais densos, pelo menos os mais velhos. Isso de gostar de ler é coisa muito séria. Meus filhos estudaram sempre em escolas públicas, e os dois mais velhos acabam de passar no vestibular da Unesp daqui, a mais velha prestou para Matemática e o segundo para Educação Física, sem cursinho nem nada, munidos apenas do conhecimento que foram absorvendo simplesmente lendo gibis, revistas, livros. Olha só, começo a falar de leitura e dá o que fazer pra parar...srsrrs
Obrigada pela visita e sinceramente gostarei muito que volte outras vezes.
Shirley,
ResponderExcluirParabéns pelo blog já adicionado aos favoritos. Gosto do seu texto, sempre muito lúcido e corajoso.
Mulheres saídas da mesma forma que você, faz o meu peito inchar de orgulho e admiração. Boa sorte na empreitada.
Sabedora que é amante da leitura ofereço esse mimo:
“Sob os escombros do ano que ora finda jazem os votos que formulámos no início. Onde se encontram a almejada paz, o amor jurado, a fraternidade anunciada? Pelo contrário, irromperam das trevas da intolerância fundamentalismos torpes e ódios obscenos.
Por todo o mundo lambem-se feridas de catástrofes naturais e conflitos provocados. A explosão demográfica, a pobreza e a guerra deram as mãos à intolerância e à vingança. O racismo e a xenofobia atingiram proporções dementes que terminaram na orgia de sangue em que os homens se atolaram. Foram frágeis os desejos e efémeras as expectativas.
Ano Novo, vida nova. Estes são os votos canónicos que fastidiosamente repetimos no dealbar de cada ano. E suplica-se que o Ano Novo seja o paradigma dos nossos sonhos e não a consequência dos nossos actos ou o fruto de circunstâncias que nos escapam.
Após as doze badaladas e outras tantas passas, o champanhe e os abraços, por entre beijos húmidos e corpos que se fundem numa sofreguidão de amor, com o brilho das luzes e o som da música, recomeça um novo ano com votos repetidos de ser diferente e ser melhor.
Os anos nascem ruidosamente e vivem-se em silêncio. Começam com ilusões e acabam em pesadelo.
Há em cada um de nós uma força que nos impele para a mudança, que nos dá ânimo para desbravar novos caminhos e assumir novos riscos enquanto o conservadorismo e o medo do desconhecido nos tolhem os passos, nos intimidam e levam a recusar a novidade.
Eu acredito que no coração dos homens mora um genuíno desejo de paz. Os mísseis que cruzam os ares, as bombas que perfuram o solo ou os efeitos colaterais da artilharia que errou o alvo e destruiu povoações inteiras não são mais que um pesadelo passageiro.
O futuro constrói-se. A felicidade é um estado de alma que devemos procurar e a alegria o caminho a seguir.
É em cada um de nós, no espírito de tolerância, na aceitação da diferença, na solidariedade que podemos começar a construir o mundo mais justo, fraterno e pacífico para o qual julgávamos bastarem os desejos formulados de olhos fechados na última noite de Dezembro.
Que o delírio do amor e a embriaguez do sonho se mantenham vivos durante o ano que aí vem. E que, por entre nuvens que pairam carregadas de incerteza, resplandeça o sol da esperança e a nossa vida decorra tranquila.”
Carlos Esperança
Sônia
Sônia
ResponderExcluirMuito obrigada pelas palavras tão gentis. E obrigada também pelo presente.
Um belo texto, sem dúvida. Gostei ainda mais por ter essa cadência do português de Portugal, que acho que embeleza a palavra escrita.
Abraço e sinta-se bem vinda!
Os gibis! Que delícia!
ResponderExcluirAdquiri meu gosto por leitura também à partir dos gibis.
Coitados, tão marginalizados na minha época, taxados de má leitura.
Mas não era má leitura. A literatura aliada ao desenho é maravilhosa, são duas artes em uma só. Isso atrai mais quem está começando à trilhar essa bela e indispensável estrada.
Pois adquiri gosto também pelo desenho, lia e desenhava compulsivamente, era um vício. Hoje só conservo o vício da leitura.
Me lembro dos gibis da Disney. Eu apreciava demais as aventuras do Mickey e seu companheiro Pateta envolvidos em mistérios e suspense. Mickey era o detetive inteligente, talvez inspirado no Holmes de Conan Doyle, que adoro também. Naquele tempo as estorinhas eram elaboradas num estilo que hoje seria considerado politicamente incorreto para crianças, Mickey usava armas e atirava nos bandidos para se defender, hoje é inconcebível.
Toda estória versava basicamente sobre a luta do Bem contra o Mal, sempre o bem vencia, isso instruía as crianças sobre quem era o errado.
Que saudades daquele tempo, meu pai toda semana comprava um ou dois gibis para mim. Eu lembro que aguardava ansioso o tal dia do gibi, lembro do cheiro bom do papel e tinta e da delicia de devorar as estorinhas todas.
Cresci, arrumei emprego e eu mesmo ia comprar minha literatura agora mais diversa, incluindo livros de ficção científica, novelas policiais, de mistério, terror, técnicos sobre eletrônica, ciência, e tudo que agradava meu gosto.
E os gibis, agora com temas mais adultos, os de terror e ficção, os do ''Conan O barbaro'' , os do Tex, algumas grafic novels, etc.
Virei um leitor compulsivo também.
Enfim, acho que devo aos gibis o meu gosto pela leitura e procuro usar deles para também incutir tal gosto ao meu filho mais novo.
Achei uma caixa cheinha de alguns dos meus antigos gibis da Disney. O pequeno se esbalda.
Penso que as escolas deveriam também usar desse recurso para incentivar a leitura, é bem mais leve e atrativa.
Seu blog está muito bom! Sempre que eu puder vou aparecer por aqui.
Abraços!
Olá Márcio!
ResponderExcluirPois é, dá pra aprender tanta coisa só lendo gibis...ou pelo menos era assim antigamente, soube que a tal da Mônica Teen ou coisa parecida, é totalmente politicamente correta, imagino a bobajada insossa que deve ser.
Eu li muito Conan também, foi daí que curiosamente começou minha paixão pela ficção científica, é meio que paradoxo isso, já que o Cimério está tão no passado, mas a fantasia daquelas estórias meio que abriu os horizontes para outras.
Eu sou de opinião que havia muito mais qualidade literária nas estórias do Conan do que nessa coisa de Crepúsculo.
Obrigada pela visita e volte sempre que puder e quiser.
abraço!
O que acho muito interessante é que no meu tempo gibi era coisa de criança.
ResponderExcluirHoje em dia virou algo meio "cult" que muitos adultos curtem. Principalmente aqueles considerados clássicos, tais como: Batman - O Cavaleiro das Trevas (Frank Miller), Batman Ano um (Miller/Mazuchelli), Watchmen (Alan Moore/Dave Gibbons), X-Men - A Saga da Fênix (Chris Claremont / David Byrne), A Queda de Murdock (Miller / Mazuchelli), Sandman (Neil Gaiman) entre outros.
Hoje eu me arrependo de ter me desfeito da minha vasta coleção.