![]() |
| Brasil, Desordem, Atraso e Omissão. |
Ouço
e leio frequentemente pessoas afirmando que enquanto houverem
ignorantes votando em maus políticos, não temos esperança de que
as coisas mudem no Brasil.
Que
os temos às mancheias, os ignorantes, é fato. Dentre eles, alguns –
e não é pouca gente aí nesse alguns – tão broncos que melhor
lhes ornariam quatro patas.
Também
é do gosto das gentes que se querem “esclarecidas” repetir
sempre que os ignorantes votam em maus políticos não apenas em
razão de seu natural estado de ignorância, será também por
cálculo, por quererem conservar o ajutório das bolsas-esmolas, as
quais entendem que é o governo quem dá. Inegavelmente, isso é
fato, fato redundante, mas ainda assim fato. É redundante pois se
são ignorantes não está ao alcance saber que o governo não dá
nada. Se não fossem ignorantes saberiam que esse dinheiro sai dos
bolsos de todos que pagam impostos, os ignorantes inclusos. Saberiam,
em não sendo ignorantes, que melhor seriam servidos se ao invés de
lhes fazer esmola com os bolsos alheios o governo providenciasse
capacitação para o mercado de trabalho.
Saberiam,
aliás, que há um mercado de trabalho, ocioso por falta de mão de
obra capacitada.
Mas
a César o que é de César, ou no caso, seja fato o que é fato.
Porque
são ignorantes, não lhes cabe a responsabilidade pelos maus
políticos e pelo inqualificável grupelho ora no poder.
A
quem caberá então? Obviamente, a quem se diz esclarecido. Senão
vejamos.
O
grupelho petista que se auto-intitula governo vem desmontando, com a
tenacidade dos incompetentes autoritários que são, toda a
estrutura que mantinha o Estado, tanto no espectro da lei quanto da
operacionalidade.
Quando
o grupelho petista se candidatou a governar o país, estava
perfeitamente sabedor de que haviam códigos de leis regendo a
sociedade; quando eleito, jurou mantê-los e respeitá-los. Um desses
códigos diz respeito aos contratos de trabalho que devem vigir no
Brasil, a lei trabalhista.
A
importação de médicos cubanos constituiu-se numa ação que
ignorou a lei trabalhista brasileira com o descaso com que pisamos
num papel de bala jogado na rua. Não teriam sido mais explícitos se
simplesmente a tivessem rasgado e espalhado seus pedaços pela Praça
dos Três Poderes afora.
Guardiões
da lei no país não faltam. Ou melhor, faltam sim. Pois onde
estavam, ocupados com que coisa tão mais urgente, que chamar à ordem
esse grupelho, os nossos legisladores? A Ordem dos Advogados do
Brasil? O Supremo Tribunal Federal? Os juízes? Os advogados?
Acaso
a tarefa de mover ações de inconstitucionalidade contra a
importação dos cubanos deveria caber aos ignorantes? Acaso a eles
caberia formar comissões para tipificar todas as ilegalidades
cometidas pelo grupelho e ajuizar contra elas?
Quando
os médicos protestaram contra a vinda dos cubanos, o grupelho
petista lançou-se numa campanha de desqualificação desses
profissionais, incitando a população contra os mesmos. A quem
deveria caber por as coisas em pratos limpos, seja se organizando como grupo de pressão, para que os médicos cubanos fossem admitidos dentro da lei, inclusive prestando o exame do Revalida, seja pagando se preciso
fosse, campanhas de esclarecimento à população, mostrando que não
há condições mínimas de trabalho em vários lugares do país,
mostrando que se não há atendimento médico nesses lugares isso
deve-se à ausência de governo? Que deveria, pois pagamos impostos
para tanto, montar infraestrutura básica e ofertar salários
decentes aos profissionais? Essas tarefas deveriam caber aos ignorantes?
O
grupelho petista financiou, via BNDS o porto de Mariel, que fica
em...Cuba. Custou-nos, esse financiamento, cerca de um bilhão de
reais. Custou-nos sim, pois o BNDS é um banco estatal, portanto
público, mantido com o dinheiro dos impostos que nós, público
povo, pagamos.
Façamos
uma breve consideração aqui para meditar a respeito dessa palavra,
pagamos.
Pagar
implica que em troca de determinada soma obtemos um determinado bem
ou serviço. Além disso implica também uma troca mais ou menos
justa, um tanto de dinheiro por um tanto de bens ou serviços, numa
equivalência aproximada. Tendo em vista as quantias astronômicas
arrecadadas em impostos a cada ano e o que obtemos em troca, melhor
será dizer, não que pagamos, antes somos estorquidos, esbulhados.
Fim
da consideração.
Pois
bem. Há um gargalo gigantesco no escoamento da produção brasileira
destinada a exportação. No setor que mantém a economia brasileira
respirando, o agronegócio, a situação é mais dramática. Tudo no
Brasil, praticamente, é transportado por caminhões.
O
governo não investe em infraestrutura, vale dizer, estradas,
modernização de portos, vias de transporte alternativo, como o
fluvial ou ferroviário. Nem em armazenagem.
O
resultado é que o país perde na ineficiência do dito governo o que
ganha em produtividade.
Apenas
se vivẽssemos na Terra quadrada idealizada pelo vulgar Lula é que
poderíamos entender como natural que fossem os ignorantes a cobrar
soluções do auto-apelidado governo. Na ordem natural das coisas
seria razoável esperar que a CNA – Confederação da Agricultura
e Pecuária do Brasil – se organizasse para mobilizar todos os
interessados, a saber, produtores rurais, transportadoras,
caminhoneiros, etc, e exigir que o governo fizesse aquilo para que é
pago: administrar com eficiência e seriedade os recursos dos
impostos, investindo em estradas, portos, silos, ferrovias,
hidrovias, guiado pelo norte da racionalidade.
Caberia
aos legisladores cobrar explicações sobre o sigilo imposto ao
financiamento do porto de Mariel. O banco que financiou é público,
os legisladores são os representantes públicos. Aliás, caberia
também aos legisladores investigar os gastos absurdos com obras que
nunca saem do zero, como a Transnordestina, onde já foram torrados
bilhões de dinheiros sem que haja perspectiva de vir a ser fato.
O
país está correndo o sério risco de sofrer um apagão ou de ter
que ficar sob racionamento de energia. No momento, o auto-apelidado
governo tenta tapar o sol com a peneira, fazendo uso sistemático de
termelétricas, caras e muito poluentes, além de forçar as usinas
todas a trabalharem na potência máxima, proibindo a manutenção,
expondo o sistema todo a danos. Não tendo investido em geração de
energia, é o resultado esperado.
A
indústria depende da geração de energia. Onde estiveram esse tempo
todo os industriais, que não se organizaram para pressionar o
governo a trabalhar? Esperando que os ignorantes fizessem isso por
eles?
Ou
talvez muito ocupados em se roer de inveja do Eike Batista, a
rídicula tentativa da petezada de mostrar aos EUA que aqui também
se faz um gigante dos negócios? Tubarão dos negócios, melhor
dizendo, já que predou dinheiro público a rodo.
Seguem todos como vacas a caminho do matadouro, sem tugir nem mugir, como se estivessem condenados sem alternativa. Pensando bem, não insultemos as vacas. Elas ao menos esboçam reação. Esses "esclarecidos" limitam-se a oferecer os costados para o chicote.
É
muito fácil responsabilizar os ignorantes. E é muito covarde
também.


Shirley eu não sei se você viu a entrevista do Paulo Skaf no: "É noticia" na rede tv?!
ResponderExcluirele falou muito sobre isto ai.
Outra coisa que eu li no seu texto mas me caiu a ficha agora e nem tinha como cair antes é o seguinte: Onde estava a nossa imprensa este tempo todo que eu nem fiquei sabendo de construção do porto em cuba?! e olha que eu assisto muito jornal!!
Imprensa maldita!! mas to sabendo que os donos das retransmissoras da Globo são na sua maioria estes dinossauros que estão ai a milênios na política rrss
Oi Adamantdog
ExcluirEu não vi, praticamente nunca assisto tv, mas é pra você ver como há coisas que são óbvias, né?
Sobre as retransmissoras da Globo é isso mesmo, aqui na minha cidade a retransmissora é de propriedade de uma família típica dos tempos dos coronéis, com pai prefeito n vezes, filho deputado federal e por aí afora. Uma coisa te digo, não se pode esperar ficar bem informado vendo tv, elas só mostram, com raras exceções talvez, o que vai agradar os poderosos. Aliás, essa é uma das razões pelas quais o povo é tão desinformado.
Não é fácil não, meu amigo...